sábado, 17 de julho de 2010

Hatshepsut,a rainha egipcia desconhecida e misteriosa


Arqueólogos identificam múmia da rainha Hatshepsut
Ela foi uma das mais misteriosas governantes do Egito Antigo
Com a ajuda de exames genéticos e de um dente antigo, arqueólogos egípcios identificaram a múmia da rainha Hatshepsut, uma das poucas mulheres da história a se tornarem faraó e uma das mais misteriosas governantes do Egito Antigo, anunciaram autoridades locais nesta quarta-feira.

A múmia de Hatshepsut foi encontrada no Vale dos Reis em 1903, mas passou mais de um século no local sem ser identificada, disse Zahi Hawass, secretário de Antiguidades do Egito.

Ela foi levada ao Museu Egípcio do Cairo há dois meses, onde foi submetida a uma série de análises. "Temos total certeza" de que se trata da múmia de Hatshepsut, disse Hawass à Associated Press

Além dos exames de DNA, análises científicas feitas em um dente encontrado numa caixa de relíquias contendo diversos órgãos embalsamados da rainha ajudaram na identificação da múmia de Hatshepsut. O molar encontrado encaixava-se com perfeição na mandíbula da múmia em questão.

A descoberta, anunciada hoje em uma concorrida entrevista coletiva concedida no Museu Egípcio, ainda não foi analisada por arqueólogos independentes.

Hatshepsut foi uma mulher que proclamou-se faraó, vestia-se como homem e usava uma barba postiça. Ela reinou durante o século 15 a.C., exercendo mais poder do que outras duas importantes rainhas do Egito Antigo, Cleópatra e Nefertite.

Entretanto, ao término do reinado de Hatshepsut na 18ª dinastia, todos os vestígios referentes à vida da rainha desapareceram misteriosamente, inclusive sua múmia.

Uma outra múmia que passou décadas no Museu Egípcio e que, acredita-se, seria de Sitre-In, enfermeira da rainha, já chegou a ser estudada como se fosse a da própria Hatshepsut.

Hawass e o ministro da Cultura do Egito, Farouq Hosni, revelaram solenemente as duas múmias, mantidas em redomas de vidro cobertas com a bandeira egípcia.

A múmia identificada como a de Hatshepsut expõe uma mulher obesa morta na casa dos 50 anos, provavelmente de diabetes, disse Hawass. É provável que ela tenha padecido de um câncer no fígado, prosseguiu ele. A mão esquerda da múmia repousa sobre o peito, um indício tradicional de realeza no Egito Antigo.

Amostras de DNA retiradas da bacia e do fêmur da múmia estão sendo comparadas com os restos de Amos Nefreteri, avó de Hatshepsut, disse o geneticista egípcio Yehia Zakaria Gad, que faz parte da equipe de Hawass.

Apesar de as amostras ainda estarem em fase de comparação das seqüências de DNA mitocondrial, Gad comentou hoje que os resultados preliminares são "muito encorajadores".

Hawass começou a conduzir a busca por Hatshepsut há cerca de um ano. Ele montou um laboratório de US$ 5 milhões no subsolo do Museu Egípcio e convocou uma equipe de cientistas de renome internacional.

O estudo foi financiado pelo Discovery Channel, que em julho levará ao ar um documentário exclusivo sobre o tema. "Não se trata apenas da fantástica história de uma rainha egípcia, mas também de uma descoberta científica real", comentou Peter Lovering, da equipe de produção do Discovery Channel.

Acredita-se que Hatshepsut tenha usurpado o trono de Thutmose III, seu jovem enteado. Seu reinado de 21 anos foi o mais longo entre as rainhas do Egito Antigo, terminando em 1453 antes de Cristo.

O templo de Hatshepsut fica em Tebas, na margem ocidental do Nilo, onde hoje é Luxor. Ao redor do templo situam-se o Vale dos Reis e o Vale das Rainhas, onde repousavam os faraós e suas esposas.

Depois da morte de Hatshepsut, entretanto, seu nome acabou apagado dos registros. Acredita-se que isso tenha acontecido por vingança de seu enteado.

Agência Estado

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